domingo, 25 de julho de 2010

"Se me deixa ou se me poem no peito..."

E quando vamos nos ver de novo? Se é que vamos...
Se formos, assumo que estou com medo. Medo de estragar o momento anterior, entende?
Medo de dizer o que não devo -sempre o faço, defeito inato e irremediável. Se eu disser e não lhe agradar, cale-me! Da forma como se deve calar aquele que diz besteira por estar nervoso. Do jeito como me calei naquela noite de lua cheia, boas canções e tanta gente ao redor.
Sabes que forma é, não sabes?
Se não souberes, calo-te eu!
Calo com o único contato verdadeiro das almas, com a única forma que duas pessoas podem verdadeiramente conhecer uma a outra.

Não me esqueças, nem me transforme em mais uma de suas "sophias".
Me busque e deixe-me buscá-lo. Hei de fazê-lo.
O rádio toca incansável e o cigarro queima sobre o cinzeiro.
Na cabeça, explosão de pensamento, frases que deveriam ser ditas. Algumas são, outras acabam armazenadas por receio. Puro medo de rejeição. Talvez, se ditas mais tarde, não soem tão verdadeiras, mas acredite, todas vieram do turbilhão pensamento+sentimento. Tenho muito a dizer. Quero! Ensaio! Escolho as palavras mais adequadas! E no fim, são guardadas.
A música ainda toca. A fumaça ainda encontra o ar. E tu ainda não sabes o que quero.
Um dia lhe digo.

Cinco, seis, cinco, seis, sete, oito.

E como cativa e fascina-me o ''jogo'' da vida. Regado a suor, lágrimas e saliva. Surpresas, arrepios, medo. Risos, os sorrisos e a música. Letra, melodia, ritmo. A gente baila, se deixa guiar no grande salão lotado da existência. Muda de passo, de par, de tom. Quero dançar essa noite. Em teus braços, com você, ouvindo o Piano Bar. Aquele que ressoa perfeição - como é esse momento.
Quem somos nós?
Pares, seguimos em pares até a última nota.
Desejando-a infinita.

domingo, 11 de julho de 2010

Dreams

Eu já não durmo mais. Você está lá nos meus sonhos também. Além de estar em tudo à minha volta. Em cada cor, cheiro, som, toque. São cinco noites em claro, em um mês de sono terrível. Quando meu corpo implora por um pouco de descanso e minhas pálpebras já não podem se sustentar, eu desabo em sono profundo. E você aparece, envolto em névoas de pesadelos, segura minhas mãos e sorri. Seu sorriso, antes alegre e suave, se transforma em pavorosos dentes alinhados que querem me engolir pra dentro das trevas que agora dominam todo seu corpo. Então, chega a vez de encarar seus olhos. Sem vida, sem cor, sem sonhos, sem brilho. Eu tento correr, escapar, fugir. Fugir de você, meu amor. As névoas cinzentas envolvem meu corpo e me sufocam aos poucos. Você ri. Da minha dor, angústia. Do meu medo, pânico. Eu lhe imploro ajuda, você me abandona. Eu fico sozinho, e acordo. Lágrimas já espalhadas por meu rosto abatido. Esses são meus sonhos, querido. E os seus? Por que não me conta?

Texto escrito há 2 ou 3 anos atrás. Gosto dele.