quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"Um momento de embriaguez"

Leu num jornal barato, uma notinha de canto de página: Que uma guria, nova ainda, havia se jogado do Viaduto do Chá. Ele, morava numa quitinete, não tinha dinheiro e só sabia escrever poemas amadores. Caiu do Chá. Nova, pura e límpida. Seu corpo flutuou pelo ar,como uma pena se desprende das asas de um anjo. Encontrara a paz... Nunca mais.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Água nem tão viva...

Sou tanto. Sou pluricelularidade. Sou multi, tri, bi, uni. Nasci de múltiplas placentas, placentas mundiais. Sem porquê, sem pra quê. E por quê? Por que tantas causas, pra que tantos quês? Quero nada, quero tudo. Quero ser mais um que quer ser único. Quem somos? Quem sabe? Quem quer saber? Nasci e basta-me. Ou não, ou deveria bastar-me. Deveria.
Celular, ar, carbono, di, monóxido.
Que se dane!
Que se exploda!
Basta-me!
E a porta continua aberta... E eu ainda não sei...

sábado, 6 de novembro de 2010

Filho, espírito santo, amém.

Corpo. Carne. Dois pares de olhos. Duas bocas atadas. Mãos, unhas, cabelo, suor. "Quero estar tanto em você que vai até esquecer de ti". Divino poder de sonhar com você, me possua, benzinho...
E lá estávamos nós, "sem açúcar, sem afeto", nus sob luar, presos nos lençóis do tempo. Era para ser assim, sempre foi, não é? Aceno de cabeça, talvez sim, talvez não, corpos unidos, mãos em corpos unidos. Nudez sem vergonha. Vergonha nua crua sua minha nossa. A música da harpa dos anjos era tua minha sua nossa respiração. Ofegos. Gemidos. Calor. Suor frio e calafrios e tremores em meio de tanta vontade e tesão mental carnal espiritual. Era um temporal de ideias, desejos... Medos. Ah benzinho, "quero-ficar-no-teu-corpo-feito-tatuagem". Explode, querido, faz de mim teu Éden. Fomos expulsos do paraíso a tanto que não faz mal comer e desfrutar de toda a vermelha doçura da maçã pecaminosa. Vem ser minha fruta proibida, serpente, Eva&Adão no paraíso. Corpos. Dois pares de olhos, bocas, mãos. Alma. Coração.