terça-feira, 8 de setembro de 2009

Só para não abandonar.

Acordei nessa manhã inconsolável, como quem perde um ente deveras querido. Não um pai ou uma mãe comum, é a perda de um avô que aconselhava-o ou o cachorro sempre ao lado.Pois que fiquem para lá os exemplos, pois assisti à morte de uma parte de mim e acordei assim, como disse, inconsolável e seu sufixo. "In" de nunca, nada nem ninguém poderá me consolar, minimizar ou acabar com a dor auto(?)destrutiva instalada em mim pela marcha fúnebre de Chopin tocada incessada por todo cortejo. E aí enterram-no, quem saberá onde ou quem saberá o quê? Perdi algo que de tão fundamental nem sei dizer o que era... Inconsolável, completamente inconsolável!

domingo, 3 de maio de 2009

Ser ou não-ser, eis a questão!

O céu iluminou-se para mim, ouvi trombetas anunciando que a hora da revelação era agora. Eis que uma voz, forte e misteriosa proclamou: Tu, mera mortal, estás condenada a não-ser, para o resto de tua vida! E tudo esvaiu-se. Talvez fosse um sonho, talvez alucinação, talvez eu tenha inventado toda a história para chegar no ponto crucial, o ápice de toda essa baboseira: Não-ser.
Condenaram ou condeneime a não-ser. Não-ser nada, nunca, em lugar algum. E como toda pessoa imposta a uma condição, começo a buscar prós e contras, ajudas e soluções para ser um não-ser feliz.

A palavra, em si, no seu primeiro contato parece negativa. Não-ser. Não-ser feliz, sociável, divertido, alegre, sábio. Mas todos esquecem que não-ser traz consigo não-ser triste, melancólico, sozinho. Não-ser é estar fixado no nada, no vazio do universo e do pensamento. Não-ser é existir, simples e unicelular. Menos importante que bactérias, pois essas ainda tem funções como fixar nitrogênio, decompor e outras que eu não aprendi na aula de biologia.

Não-ser é breve e exige algo tão complicado quando se trata de ser humano. O ato de não-ser exigi simplicidade e, perdoe-me a generalização, toda humanidade é complexa. O corpo é complexo, a mente, a estrutura social, os problemas, as artes, a culinária. A complexidade do mundo me apavora como ser que não-é. Ser que só quer não-ser.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Solitas

"Saudade é uma das palavras mais presentes na poesia de amor da língua portuguesa e também na música popular, "saudade", só conhecida em galego-português descreve a mistura dos sentimentos de perda, distância e amor. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".
Diz a lenda que foi cunhada na época dos descobrimentos e no Brasil colônia esteve muito presente para definir a solidão dos portugueses numa terra estranha, longe de entes queridos. Define, pois, a melancolia causada pela lembrança; a mágoa que se sente pela ausência ou desaparecimento de pessoas, coisas, estados ou ações. " - Fonte: Wikipédia.

Saudades. Sinto agora. Não só por estar em terras estranhas, descobrindo novas situações longe das pessoas que gosto. De todas que eu gosto. Todas estão longe, sem excessão; Sinto saudades das coisas que fiz e que fazia, de subir duas quadras e ir pra casa de quem eu gosto, de caminhar no parque com quem eu gosto, de passar a manhã toda com quem eu gosto. Eu gosto. Não com quem convivo. Sinto saudades de como me sentia. Das ideias que tinha, da minha visão e do querer ser. Sinto falta daquele medo de morrer sem ter feito determinadas coisas, de não ter dito isso ou aquilo para fulano ou ciclano. Saudades de não dejesar o fim depressa.

Tenho saudades dos planos que fiz, das coisas que não vivi e das pessoas que não conheci. Uma falta imensa de sonhar com tudo que eu não executei, das músicas que nunca ouvi, dos beijos que nunca dei, dos abraços que nunca senti. Essa, para mim, é a pior das saudades. Saudades de coisas que nunca aconteceram... Saudades dos sonhos que tive, dos delírios noturnos, do fechar os olhos e voar.
Voltar atrás, o tempo, os sentimentos, as pessoas... Nada regressa, a vida não para, o progresso impera. E eu continuo na saudade, na minha brasileiríssima saudade.